domingo, 3 de junho de 2012

Conhecendo um novo mundo (Marcelo)

Gente, meu marido escreveu de novo. Acho que ele vai querer virar blogueiro kkkkk... Um texto muito legal sobre questionarmos nossas crenças mais profundas. Vale a pena!
Desta vez  vou escrever sobre algo que pode incomodar algumas pessoas, mas juro, esta não é minha intenção, vou escrever pois é sobre algo que venho refletindo muito,  só sugiro que leiam  o texto com coração aberto.
Vou falavar sobre crenças estabelecidas, aquilo que defendemos, acreditamos e até brigamos por elas. Vou contar como tudo que tem acontecido neste momento tem desafiado minhas crenças e como isso pode fazer bem, mesmo sendo dolorido.
Meus últimos 12 meses foram provavelmente os mais adversos de toda minha vida. Depois de 12 anos na mesma empresa, que eu considerava minha segunda casa, onde eu tinha segurança total, tomei uma decisão difícil: mudar de segmento, mudar de empresa, sair da “zona de conforto” e começar uma nova vida profissional.
Isso aconteceu poucos meses antes da Helô ficar doentinha e também antes de eu descobrir que meu pai estava com um CA.  Antes  da Helô ficar doente, posso dizer que vivíamos uma segurança ótima: eram quase 5 anos de namoro (com uma “parada” de 9 meses) e mais dois de casados e ainda estávamos vivendo em lua de mel. Viajávamos muito (e já tínhamos duas viagens agendadas), muitos passeios, esportes, jantares, baladinhas, eu dando os primeiros passos na nova empresa e  a Helô focada em definir os próximos passos profissionais e com vários compromissos já agendados como modelo. Algo mudou tudo isso e eu iria enfrentar um novo momento não só profissional, mas também e principalmente pessoal.
Este momento novo exigiu novas perguntas, novos relacionamentos, novos pensamentos e novas crenças. Também passei a sentir novas emoções e passei a rever minhas crenças e desafiá-las.
Não é simples, no começo dói, tudo aquilo que parecia tão obvio, inquestionável, quase que parte de mim, sendo então questionado. Para complicar ainda mais, você coloca uma boa pitada de medo por enfrentar esta doença tão temida e de não atender às expectativas profissionais na nova empresa.
Olhando para trás, acho que posso dividir esta mudança e reflexão sobre as crenças em 5 momentos:
1 – Você escuta e quase que se revolta com uma visão tão diferente da sua;
2- Se estiver de coração aberto, começa a tentar entender as outras visões, a essência por trás, mas geralmente volta à sua crença inicial e encontra várias razões para convencer todos ao seu redor de que você está certo;
3 – Aceita a posição diferente da sua mas continua acreditando que seu ponto de vista e crenças estão certas;
4 – Genuinamente avalia outras possibilidades e começa a construir um novo modo de ver diferentes situações;
5 – Finalmente define uma visão mais madura. Isso não significa que ela será diferente do início,  mas sim mais sólida e levando em consideração que existem diferentes pontos de vista.
Nesta fase, eu vivenciei estas diferentes etapas muitas vezes e, como eu disse, isso é muito doloroso. Acho que escutei mais de 100 motivos do porquê eu e a Helô estávamos passando por isso, do que deveríamos fazer, do que Deus estava querendo com tudo isso, de como eu deveria suportar esta fase. Eram pessoas de  diferentes religiões, países, profissões...
No trabalho, 12 anos de crenças também sendo desafiadas diariamente. Eu  estava começando uma nova história profissional, tudo bastante diferente do que estava acostumado há 12 anos.
Nestes últimos meses algo que tive que desafiar muito foi a minha crença em relação à justiça na vida e no mundo. Sempre quis acreditar que o mundo era justo, mesmo vendo que não era, sempre quis fazê-lo justo e me revoltava quando via que não era. INFELIZMENTE hoje percebo que ele não funciona como julgamos que deveria e que aceitar isso e fazer o que está ao nosso alance nos traz conforto e amadurecimento. Hoje entendo que devemos aceitar mais aquilo que não pode ser mudado se quisermos ser felizes.

Desafie suas crenças mais íntimas, talvez você comece a conhecer um mundo diferente.

15 comentários:

  1. AMIGO, ESSAS MUDANCAS SO REALMENTE DESAFIADORAS! MAS DEPOIS PERCEBEMOS QUE NOS FIZERAM CRESCER... E MUITO... E PARA MELHOR COMO SERES HUMANOS. PARABENS PELA CORAGEM.
    bjo,
    christine

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  2. Parabéns pelos novos desafios que muitas vezes são doloridos mas temos que passar e LUTAR. Parábéns pela DETERMINAÇÃO, pela AÇÃO, pela CORAGEM, por COMPARTILHAR este momento difícil mas passageiro. Deus abençoe a todos de sua família!!!

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  3. Marcelo, como sempre eu estou por aqui lendo e me confortando com as varias lições que sempre tenho por aqui! Na minha forma de ver não acredito que Deus nos IMPONHA tamanha dificuldade ou problema... acredito que junto com o livre arbítrio os problemas são parte do nosso mundo, as diferenças estão na forma que nós encaramos estas dificuldades ou problemas... posso dizer que pra quem acompanha o blog, não tem como ter qualquer tipo de duvida que vcs (Helo e Marcelo) estão muito de PARABENS, não deixaram que estas dificudades fossem um ponto determinante, encararam todos os problemas de frente, sempre tirando algo de positivo de tudo, e ainda mais .... ajudando quem realmente precisa, fazendo que todos enxergassem como sempre é possível tirar algum ensinamento... não acho que foi Deus que colocou este problema por algum propósito, mas certamente ELE esteve presente para ajudar a solucionar o problemas, PARABENS vcs são um exemplo muito bonito a ser seguido!!! Abss Rafa (Londrina)

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    1. Oi Rafa! Muito obrigada pelas palavras! Tenho certeza que Deus esteve presente esse tempo todo.
      Beijoss
      Helô

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  4. Acredito que tudo que nós passamos nesta vida seja para aprendermos algo novo, sejam situações boas ou ruins, tudo acontece para nosso amadurecimento, para sabermos lidar com elas da melhor maneira possível. Mudanças sempre são para aprendermos a lidar com as situações e tirar de cada uma das situações, lições de vida. Força,Fé e muito amor são predominantes para nosso crescimento, e isso vcs provaram que tem. Sucesso aos dois.

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  5. Hoje, olho pra trás e agradeço por tudo que me aconteceu na vida, seja bom ou ruím, mas foram esas coisas que me amadureceram, hoje eu entendo perfeitamente o que me diziam: coloque nas mãos de Deus e aceite.
    Antes achava que tinha o domínio de tudo, um casamento, filhos, o marido bem empregado, eu cuidando de tudo e derepente o marido foi embora, ficou desempregado, eu sozinha com 2 crianças pequenas, tendo que rtomar minha vida profissional e hoje vejo como tudo isso me fez uma pessoa bem melhor do que eu era, pra mim tudoque nos acontece é único e exclusimente para nosso crescimento.
    Um dia, depois que a tempestade passar, vão poder contar essa história simplesmente como uma história, resumida assim como contei pra vcs.
    Um bj Helo e Marcelo

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    1. Oi Ivânia! Acho que é isso mesmo que vai acontecer... Vamos esperar, não é? Eu já coloco nas mãos de Deus, então...
      Beijoss
      Helô

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  6. Marcelão...

    Esses questionamentos são naturais e acontecem mesmo que não impulsionados por algo maior (como doença ou mudanças bruscas de objetivo). Independente de motivação a gente acaba se adaptando, e vc, com o potencial que todos conhecem, vai sim se adaptar.

    Pra quem começou com o escort vermelho e hoje esta onde esta os deafios são meros acasos. Facil não é mas na vida poucas coisas são.

    E lembre que no final vocês vão sair muito mais fortes e um casal muito mais completo.

    Quando puder mande noticias do seu pai.

    Abração

    André Ciappina

    Ps: acompanho sempre o blog mesmo não comentando mais como antes.

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  7. Marcelo, mais uma vez o seu texto me impressionou; como vc disse a gente traça algumas metas na vida e aparentemente tudo vai acontecendo como desejávamos, mas eis que surge o inesperado e aí temos que lidar com essa nova situação e a aceitação é difícil como vc bem exemplificou, vcs dois, acredito que na maior parte do tempo, estão passando por esta situação de uma forma muito positiva e os textos refletem isto,exprimem muita força e serenidade e nos fazem refletir tb. Bjos p/ os dois,
    Cristina Lima

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