segunda-feira, 9 de abril de 2012

O diagnóstico do ponto de vista do Marcelo

Olá, é o Marcelo de novo! A Helô deixou eu escrever mais uma vez e vou dividir um dos momentos mais emocionantes que vivemos durante o tratamento. É natural que um acontecimento seja vivido e sentido de maneira distinta pelas pessoas, então vou contar do meu ponto de vista sobre o momento em que recebemos a notícia do linfoma.
Na verdade, escrevi este texto à noite, no hospital, enquanto a Helô dormia. Ao final dos 41 dias de internação eu tinha escrito praticamente um livro, mas prometo que só vou postar um pedaço para vocês não terem que ler tudo rsrsrs...
Após mais de 2 meses entre internações e exames, com o resultado de câncer descartado, lá estávamos nós de novo, no  hospital, eu aflito pelo atraso do médico. A Helô ainda passava mal devido à cirurgia e anestesia que tinha feito para mais um exame,  quando o infectologista me ligou dizendo que precisava falar algo comigo. Um mau pressentimento passou a dominar a minha mente, eu tinha que achar uma desculpa para sair do quarto e ir até o elevador  que ficava a alguns metros, disse que ia pegar um café e os 3 minutos que ele demorou para chegar ao décimo primeiro andar pareceram uma eternidade. Rezei sem prestar atenção, pedi com toda força para estar vivendo um pesadelo e acordar, passou uma vida na minha cabeça, mas não adiantou. O elevador chegou e saiu o infectologista acompanhado do oncologista. Eles me cumprimentaram e então fomos para uma salinha meio escura para conversar. Tive vontade de sair correndo, mas sabia que não adiantaria.
Uma mistura de raiva, desespero e o pensamento que deveria manter a calma surgiram rapidamente. Aos poucos os médicos foram explicando os detalhes e eu só pensava em como falaria para ela e para a minha sogra a pior notícia até o momento. Não tinha idéia de como a mãe dela se comportaria, mas estava com medo e tinha certeza que ela não aguentaria.  Meio zonzo, me levantei, limpei o rosto, respirei fundo, ensaiei algumas palavras e fui. Olhei para a mãe dela que estava sentada no sofá e, sem que a Helô me visse, fiz um sinal para ela vir até mim. Em um segundo esqueci tudo que tinha pensado e simplesmente olhei com cara de decepção. Ela veio com um semblante que refletia tristeza e desespero, seria a conversa mais dificil de toda minha vida. Ela se aproximou devagar e disse: "Assim você me assusta, o que aconteceu?"  E eu disse: "Tia, infelizmente a Helô está com um linfoma..." Ela olhou  para os dois lados e disse que a Helô não ia aguentar, que não podia ser verdade. Eu disse que os médicos queriam falar com ela. Então, ela foi para a mesma sala em que eu tinha estado. Saí, respirei fundo e fui até o quarto da Helô, pois  sabia que se os dois ficassem muito tempo fora do quarto ela iria começar a desconfiar. Disse que fui atender um telefonema e a mãe dela também. Não conseguia olhar para ela, toda fofa, brincalhona e feliz... Ela começou a me perguntar quem tinha me ligado e eu disse que era o pessoal da empresa perguntando sobre ela, tudo isso sem conseguir olhar direito para nos seus olhos. Os minutos pareciam horas, eu sentava, levantava, arrumava algumas coisas, tentava brincar mas não conseguia. Ela sempre com um olhar meigo, com a certeza que eu poderia protegê-la, depositando toda a confiança em mim... Saí do quarto e fui até a sala onde a mãe dela estava. Disse: "Vou contar para a Helô." Ela respondeu em tom impositivo: “Não, os médicos vão contar pois eles sabem como fazer." Foi uma decisão sábia, eu faria tudo errado, provavelmente....
E o resto a Helô já contou no post de 25/02/2012:  "Enfim, o diagnóstico."




13 comentários:

  1. Oi, Marcelo

    O seu texto exprime todo o seu medo e desejo que fosse um pesadelo realmente, a medida que ia lendo foi me dando aquele frio na barriga que é de quando a gente sabe que tem alguma coisa errada, só pensei o seguinte, ainda bem que esse momento já passou, ficou lá atrás e que agora a Helô está reagindo bem ao tratamento e logo vai estar curada!
    Beijos p/ os dois,
    Cristina Lima

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  2. Oi Helo e Mar,
    Me emocionei com o depoimento do Marcelo, deve ter sido muito difícil este momento. Mas graças a Deus que um tem ao outro para se apoiar e confortar nessas horas duras!
    O pior já passou e este blog vai deixar registrado para sempre esses momentos e essa fase na vida de vcs.
    Adoro vcs e estou com saudades!
    Bjokas,
    Má Botelho.

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    1. Oi Má!!!
      É verdade, termos uns aos outros nessas horas é tudo!!!
      Saudades tb, que bom que a gente vai se ver amanhã!
      Beijosss
      Helô

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  3. Poxa Marcelo, fiquei emocionado de ler seu texto, imaginei se estivesse na sua pele, não foi nada fácil, mas olhando de fora posso dizer que ainda bem que vcs tem um ao outro, com certeza vc é parte fundamental na recuperação dela, e todo este carinho seu com ela e dela com vcs é muito bonito, Graças a Deus o tratamento tem dado certo e logo será só uma lembrança.
    Abss Rafa (londrina)

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    1. Oi Rafa!!! Com certeza termos um ao outro nesse momento fortalece os dois! Muito obrigado pelo apoio!
      Abç
      Marcelo

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  4. Oi Marcelo/Helo,
    Eu chorei muito lendo seu relato.

    Minha família e namorado também passaram por momentos complicados como esse.

    Beijos para o casal.

    Thai

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    1. Oi Thai!!!!! Que fofa!!!! Eu (Helô) imagino como deve ser para os que estão em volta, terrível!!!!
      Beijossss

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  5. Tô com saudades de vcs!
    Logo mais farei uma visitinha.
    Huum que pulseiras lindas!!! hehe
    Bjos

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  6. marceloooo fiquei emocionada com suas palavras!!! continue cuidando bem da minha prima lindaa bjaooo!!!

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